quarta-feira, setembro 01, 2004

Viva a tradição

Pêlos
(José Cláudio Machado)
Chamamé

Êra Cavalo!
Reculutando a potrada
Por as varas da mangueira
No bate patas do campo
Só ficam vultos e poeira.

São gritos de "vamo cavalo"
Toca, toca, êra, êra
São gritos de "vamo cavalo"
Toca, toca, êra, êra.

Entre potros que amansei
Que sentei meu lombilho
Foram baios e ruanos
Sebrunos e douradilhos.

Já quebrei muitos tubianos
Alazão, preto e tordilho
De vinagre até o negro
Todos pêlos eu encilho.

Gateados e lobunos
Zainos também domei
Um rosilhito-prateado
Em malacaras andei.

São gritos de "vamo cavalo"
Toca, toca, êra, êra
São gritos de "vamo cavalo"
Toca, toca, êra, êra.

Arrocinei um bragado
Um oveiro-negro, um rosado
Um chita, um branco-melado
E um picaço pata-branca
Que por sinal desconfiado.

Especial baio-gateado
Que nunca deixou-me a pé
Um tostado bico-branco
Tropeei muito em pangaré.

Um colorado cabano
Um azulego mui feio
Que as vezes em volta do rancho
Deixava mascando o freio.

Só me falta o potro mouro
Que é prá sentar meus arreios
Só me falta o potro mouro
Que é prá sentar meus arreios

São gritos de "vamo cavalo"
Toca, toca, êra, êra
São gritos de "vamo cavalo"
Toca, toca, êra, êra.

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