Por: Arnaldo Jabor
Fonte: http://www.paralerepensar.com.br/a_jabor_gazelas.htm
O Fashion Week é a semana da utopia moderna. O mundo é ruim? A moda é bela. A vida é dura? A moda é o ideal de sucesso impossível para nós. Depois do prêt-a-porter, as manequins são o front de um mercado de bilhões de dólares.
As manequins mudaram com os tempos. Já foram oferecidas, já fizeram beicinho, já foram chics e hoje são gazelas inatingíveis marchando como soldados diante de nossa solidão comum.
Gisele Bündchen, por exemplo, parece dizer: "Minha beleza é solitária, não preciso ser posse de ninguém, sou amante de mim mesma." O amor e o sexo estragariam sua perfeição.
Para a manequim moderna não há o outro, só ela, faminta e sem amor. Ao contrário da mulher das revistas Sexy, que é mulher para homem, a manequim é mulher para mulher.
Ela aspira a uma independência inatingível, a uma espécie de feminismo imaginário. Ninguém veste as roupas que elas desfilam. Nem precisa. Elas são os raros símbolos de felicidade de um mundo em crise. A verdadeira Gisele Bündchen não quer existir. Ela quer ser um fruto de nossa imaginação.
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